O silêncio povoa a mente de quem não ouviu
Uma pergunta, um gesto, um fazer entender
Deveriam ser
Suficientes para dizer:
-Não! -Ok!
-Sim! -Obrigada. -Talvez…
Mas o silêncio
O silêncio rasga
Encharca, maltrata, mastiga
O simples desejo de uma resposta
Nem sempre entendida
O silêncio grita
Intencional, me agita
E vai do um para o outro
Se fazendo de morto
O silêncio não ouve
Mas não ouve, por que?
Aquilo que ninguém soube
Porque é teimoso pra ver
Sempre falará um tanto mais alto
Mais alto que todo barulho
De dentro e de fora
De sobre e de agora
E sobre o que eu bem quiser
Quiser entender
shhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhi!
“Escuto o silêncio
Que nasceu de você
Do dito que eu disse
Preferiu se calar
Do viso que visse
Não fez por notar
Que pena, (você) não soube
Ouvir
Não soube (eu)
Entender
O que poderia, não mais poderia dizer”
23 de março de 2011