O tesão rompe suturas
Do amor incapaz
Indecente, rasga
Encharca, descende
Com um assopro ou um arrombo
Arranca-se demente
Senhor Fugaz!
11 de dezembro de 2009
O tesão rompe suturas
Do amor incapaz
Indecente, rasga
Encharca, descende
Com um assopro ou um arrombo
Arranca-se demente
Senhor Fugaz!
11 de dezembro de 2009
O mais longe que vou
É o lugar mais forte
mais fonte
mais mundo
mais fundo
Daqui
12 de novembro de 2009
.
atualiza-me que te atualizo
siga-me que te sigo
posta-me que te posto
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Show me your FACE , open your BOOK
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encoraja esse mundo
que suplica por outros
e se cria nas frestas
abertas
12 de julho de 2009
Num canto soprano
Vindo de dentro
Da soma dos seios
Sinto em uníssono
A sensação do murmúrio
-“Ai!”
30 de novembro de 2004
Sentir é simples. Complexo é fazer sentido.
Girando, girando, girando elipticamente
Pequenos pixels de ilusão
Alguém aquém do além
Do alto da montanha contemplo a lembrança do que ainda não senti
Transformando brisa em cheiro
Corpo que falha em mente doidente de alma confusa
Acionando o pulso em prol
-piegas- …. sem vergonha do amor
Um cadin de pensamento, com um pinguim de ilusão
Força na andança que o caminho é temperança
Escrivin-ânsia
Se emocione uma vez ao dia: transforme seu pensamento mais confuso em poesia
Lubrificando ansiedades
Do ponto ao distante
Costurando entrelinhas
Tem tanto algo que suavemente se vai
O tempo cantou promessa de um novo horário
Cenas de vida submersa em formas reais
Enquanto corro para o lado de lá da casa do oeste
Grifos de medo me impelem
Intercurso
Simulação do ideal
Tentativa de alcance
Em âmbito de guerra
20 de outubro de 2001
Mr. Óbvio era um senhor já de idade e vivia há muitos anos com sua velha companheira, Dona Dúvida. À mesa do jantar eles se postaram para um guisado com alguns dos seus grandes amigos. Em meio a piadas e causos da vida, riram muito e papearam madrugada a fora. Um pouco tímido e num lampejo reticente, Seu Destino vagueou o passado:
– Vocês se lembram daquela moça inteligente e bonita que colocou as cartas na mesa para ler um pouco do agora? Pois então, naquele dia, ela disse coisas que só hoje me fazem entender as decisões que a Srta. Vida tomou.
E, virando-se para o lado, Sr. Destino encarou o jovem que ouvia tudo pacientemente.
– E você Tempo? O que achou das palavras da cigana?
O Segundo passou e o moço frisou:
– Ela estava certa. A Lógica tinha razão!
14 de dezembro de 2004
Encontrar a lógica das coisas
É aplicar na nossa própria razão
O desejo de se ver livre da dúvida
06 de dezembro de 2004
Palavra é encanto
Som que precede
A luz do instante
Palavra é fortuna
Baú do fonema
Que tilinta aos ouvidos
Palavra é ruído
Entender que duvida
Do seu próprio sentido
idos de 2003
reeditado em 13 de outubro de 2005
Como será viver sem temer o que é ser?
Bom é ser árvore!
Ser firme e ser grande
Melhor!
Durar sem saber…
Latir por impulso
Voar pelo lixo
Ser barulho de chuva
Ou mingau de vulcão
08 de outubro 2008
Quisera o tempo
Não ser relógio
O espaço
Não ser medido
Meu corpo
Não ser limite
Minha idéia
Não ser palavra
…se fora…
Não temeria
As horas
Não calculava
Meus passos
Não comprimiria
Meu ser
Não mataria
Razões
15 de outubro de 2005
Morro, já, pelo medo do fim dessa vida
E o que me mata é tal essa dor
Do desconhecido saber
A dor da minha morte é atual
Sinto-a agora, plena e medrosa
Aflição de viver
No esperar do momento
Mas o que me adoece é o sentimento vivo
Habitante fiel da incerteza:
Esperar a hora do grande repouso?
Ou viver para sofrer pelas mortes de outrem?
Tristezas que porventura irão conhecer minha vida
Aquelas que têm nome de falta
De desconhecida angústia
Que em eufemismo se presta como
Singela saudade
(em lápide bela)
02 de fevereiro de 2005
O amor não é bicho papão, nem ilusão.
Mas tem gente que vive pra dizer que ele só chega mais tarde.
Me disseram que eu era nova demais pra sentir tal amor
Que amor de verdade, a gente tem que sofrer, tem que ficar grandão
Durão, descrente com o resto da vida.
Santificam o amor,
O colocam num lugar tão alto, mas tão alto,
Que nem os braços mais ágeis e longos são capazes de alcançar.
Mas eu bato meu pé e minha cabeça
Pra dizer que o amor não tem lugar no mistério.
Isso, eu deixo pra Deus.
O amor é grande e tem pra todo jeito.
Ele não é de aço,
É líquido de aroma fresco e agradável,
Textura aconchegante de puro algodão
Tá aqui, tá aí e tá lá.
Ele corre entre a gente e no meio do mundo
Brinca de pega-pega, pique-esconde e amarelinha
Leva a gente no topo do céu e pede pra entrar na diversão.
Taí!
É só cair na brincadeira
E deixar o amor entrar.
-Entra, meu amor e vem me procurar!
Eu te pego na corrida e te deixo me encontrar
Vem, que aqui é o seu lugar!
14 de maio de 2004
Perdi minha história
Meus versos santificados
Pelos ouvidos de quem nada sabia
Mas que “tanta beleza” encontrava
Perdi meus escritos
“eu no meu tempo”
“como se eu fosse Hilda Hilst”
Minha “evolução”
Quem sabe
Sem eu própria saber
Tiveram vida própria
Chegaram quando conforto
E se foram quando memória
20 de abril de 2004